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Úlcera Péptica: o que é, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento

Foto do escritor: Carla RabettiCarla Rabetti

Atualizado: 25 de out. de 2024

Úlcera Péptica

O que é?

A úlcera pode ser descrita como uma erosão no esôfago, estômago ou intestino delgado, que ocorre quando há perda do revestimento de muco desta região (camada protetora), de modo que o ácido digestivo secretado pelo estômago, causa irritação e ferimentos nas paredes destes órgãos. ]

Quando a úlcera ocorre nas paredes do estômago, chamamos de úlcera gástrica, sendo mais comum em idosos, já quando ocorre nas paredes do esôfago ou intestino, chamamos de úlcera duodenal, sendo esta mais comum em jovens.


Causas

Entre as principais causas da doença estão:


  • Bactéria H. Pylori: A H. Pylori é uma bactéria descoberta por médicos australianos em 2005, que é resistente ao ácido gástrico e que, apesar de presente no estômago da maior parte dos indivíduos, causa a doença em cerca de 10 a 15% da população.

    Estudos apontam que 80% dos pacientes acometidos por úlcera, seja gástrica ou duodenal, estão infectados com a H. Pylori;

  • Uso de anti-inflamatórios não esteróides (AINEs): Os medicamentos AINEs, tais como ácido acetilsalicílico, ibufreno e naproscena, utilizados para tratar doenças inflamatórias dolorosas, diminuem a secreção de muco pelo estômago, compromentendo assim, a proteção que torna resistente a acidez digestiva;

  • Distúrbios que levam a produção excessiva de ácido no estômago: A úlcera também pode ter sua origem relacionada a deficiências genéticas, ou a outras causas desconhecidas;

  • Estresse: Pessoas submetidas a excessivas situações de estresse, também poderão desenvolver úlcera péptica, em especial aquelas que apresentam quadros de transtorno de ansiedade.

    Isto porque, quando estamos estressados, o corpo libera adrenalina e cortisol, hormônios que estimulam o estômago a produzir mais ácido gástrico. Essa alta acidez irrita o sistema digestivo e pode causar dores, náuseas, vômitos e até úlceras.

    Este quadro será agravado se houver a presença da H. Pylori;

  • Fumo: O fumo enfraquece o esfíncter inferior do esôfago, favorecendo o retorno do ácido digestivo para este canal, que por ter pouco muco protetor contra os ácidos estomacais, acaba sendo afetado, podendo ficar suscetível a ulceras.


Principais Sintomas

Como esta é uma doença relativamente comum, os pacientes podem subestimar os seus riscos, negligenciando a importância do tratamento.

No entanto, em caso da existência de um ou mais sintomas da doença, é extremamente importante que se procure um profissional de saúde, para um correto diagnóstico e tratamento da doença. Isto porque, quando não tratada, existe o risco de que a úlcera se amplie, gerando erosão de toda a parede do estômago ou intestino, o que culminaria no extravasamento do conteúdo do trato GI - Gastro Intestinal, para dentro da cavidade abdominal, causando infecções severas.

Além disto, também pode provocar a erupção de um vaso sanguíneo, o que ocasionaria um sangramento significativo e portanto, perigoso.


Entre os principais sintomas estão:


  • Sensação persistente de vazio no estômago;

  • Queimação no estômago após as refeições ou ao acordar;

  • Perda de peso;

  • Náusea;

  • Vômitos;

  • Tosse;

  • Rouquidão;

  • Sensação de distensão abdominal;

  • Refluxo ácido pelo menos duas vezes por semana.


Diagnóstico

Os sintomas, tendem a apontar a possibilidade de quadro de úlcera péptica, no entanto, a confirmação depende da realização de exame de endoscopia digestiva alta, para visualização do trato digestivo por meio de um tubo flexível com fibra óptica na ponta - endoscópio - introduzido pela boca.

Este teste também permite o teste de urease, que consiste na análise de um pequeno fragmento da mucosa gástrica para pesquisa da presença de H. Pylori, ou mesmo, biópsia com exame anatomopatológico, para verificar o grau de inflamação da mucosa e a natureza de suas alterações - benigna ou maligna.


Tratamento

Os tratamentos para a úlcera péptica, tem se mostrado bastante eficazes, com uma taxa de 90% de casos de cura na primeira semana de tratamento. Em caso de cura, é bastante incomum a recorrência de casos de úlcera, a menos, que não tenha ocorrido a cura completa.

O tratamento é feito por meio de uma combinação de antibióticos específicos com inibidores de bomba de prótons e/ou antiácidos e, pode ser potencializado pela adoção de hábitos alimentares saudáveis, suspensão de AINEs e do fumo. Conforme apresentado a seguir:


  • Antibiótico: No ano de 2008, com apoio da Secretária de Estadual do Rio Grande do Sul, a UFRGS, publicou o artigo cientifico Quais as opções de tratamento para erradicação da Helicobacter Pylori, que inclui o uso de antibióticos como a Amoxilina e a Claridomicina, por exemplo, por se monstrarem eficazes no combate a bactéria H. Pylori, grande responsável pelos quadros de úlcera, conforme vimos anteriormente.

    A administração do antibiótico, não só tende a eliminar as bactérias, como a promove a cicatrização da úlcera;

  • Inibidores de bomba de protóns: Os inibidores de protóns (íon de hidrogênio que causa a acidez do estômago), são bloqueadores da secreção ácida do estômago, tais como o Omeprazo, Esomeprazol e Lansoprazol;

  • Antiácidos: Antiácidos são bloqueadores de H2, tais como a Cimetidina, Ranitidina, Nizatidina e Famotidina;

  • Mudança de hábitos: A suspensão do fumo, e redução de alimentos que provoquem os sintomas da úlcera, tais como café, chá preto, mate, bebidas alcóolicas, condimentos, gorduras, açúcares, molhos picantes e até mesmo frutas ácidas, são hábitos simples, que podem produzir efeitos benéficos no tratamento da úlcera péptica.

    Além disto, adotar como estilo de vida, uma alimentação saudável, que inclua alimentos nutritivos, fibras, intervalos regulares entre as refeições, a ingestão de pelo menos 8 copos de água por dia e o controle do peso corporal, tende a potencializar os resultados obtidos ao longo do tratamento.

    Vale comentar, que diferentemente, do que defende a cultura popular, o leite e o creme de leite, não são benéficos para quadros de úlcera, na verdade eles agravam os sintomas e agravam o quadro, isto porque, o cálcio presente nestes alimentos estimula a secreção ácida do estômago, inibindo a cicatrização da úlcera;

  • Substituição dos AINEs: Os AINEs utilizados em tratamentos de doenças inflamatórias dolorosas, podem ser substituídos pelos Cox-2, desde que, o paciente não apresente histórico de AVC.


Vale lembrar, que a combinação e posologia destes medicamentos, deve ser ministrada de acordo com o quadro clinico e necessidades específicas de cada paciente. Daí, a importância de buscar suporte de um profissional de saúde, para o correto diagnóstico e tratamento.

Após o diagnóstico, você também pode contar com o suporte da naturopatia para favorecer a recuperação da sua saúde, o chá da casca de laranja amarga por exemplo, é um excelente recurso complementar no combate ao H. Pylori e restauração da mucosa estomacal.


Cuide-se!


Em amor,

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